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21/11/2016
Vendas de materiais de construção caem pela metade em Caxias

O varejo de materiais de construção de Caxias do Sul vive a pior crise dos últimos 20 anos. A queda nas vendas no segundo semestre deste ano chega a 60% em algumas lojas de Caxias, se comparada com o mesmo período de 2015. O Pioneiro pesquisou o comportamento dos negócios em várias lojas. E a média de recuo é de 50% a 60%.
 
O presidente da Associação dos Materiais de Construção de Caxias do Sul e da Região Nordeste do Estado (Acomac), Eduardo Quissini, é mais cauteloso e aponta um recuo de 20% a 30% no setor. A entidade não tem uma pesquisa de mercado que revele dados confiáveis. Os percentuais anunciados são resultado da "chiadeira" dos comerciantes da área. 


Celso Hoffmann da Silva é dono de uma das mais tradicionais lojas do segmento em Caxias, a Hoffmann Materiais de Construção. Trabalha no negócio, no bairro Sagrada Família, há 26 anos. Nunca enfrentou uma crise como esta. Conferindo as planilhas, ele revela:

— Queda de 60% — sentencia.

Há menos de três anos, trabalhava num espaço de 700 metros quadrados e vendia muito. No final de 2014, inaugurou a ampliação das instalações para 4 mil metros quadrados. A loja ficou atrativa, com os produtos divididos por áreas e os balcões de atendimento ampliados. Contratou novos funcionários — chegou a ter mais de 70. Hoje está com menos de 20. A emoção do novo negócio durou menos de um ano. No final de 2015, começou a sentir os reflexos da crise econômica. E este ano, só piorou. 

— Voltei a reduzir o espaço da loja. Fechei mil metros quadrados e aluguei. Tenho outros 1,5 mil metros ociosos. O depósito está 60% vazio. Dá vontade de desistir — lamenta.

Na Habitare Materiais de Construção, o recuo é de 40%. 

— Há uma retração no mercado. O consumidor está com medo de comprar — diz o proprietário Ronaldo Soltamize.

Na Bello Bagno, uma loja de produtos para as classes A e B (a maioria importados), no Villagio Iguatemi, a situação não é diferente. A queda nas vendas passa dos 40%. A proprietária, Fátima Dal Magro, também não lembra de outra situação econômica tão ruim.

— Temos muitos orçamentos, mas poucos se concretizam — explica.

Diante do atual cenário, a estratégia de Fátima é "baixar a cabeça" e trabalhar. Melhorar orçamentos e acreditar na retomada da economia em breve. Reduzir a margem de lucros também é a opção do proprietário da Hoffmann. 

Um setor abandonado

A crise, o desemprego, a venda direta pelas fábricas, a falta de incentivos e de financiamentos são apontados por Celso, da Hoffmann, como as principais causas da quebra no segmento de materiais de construção.

— O setor está abandonado. Não vivemos num país sério. Tampouco em uma Caxias que já foi rica. É uma das poucas cidades em que as vendas baixaram tanto — lamenta.

Até junho de 2015, o estabelecimento movimentava 400 toneladas de produtos por dia. Hoje, movimenta menos de 60 toneladas. Como o cenário pode ter mudado tanto em tão pouco tempo?

— Não consigo entender — diz.

A queda na venda de imóveis é outra razão apontada por Oscar Ângelo Tanuzzo, diretor da Casa Serra Acabamentos. A loja, que trabalha com revestimentos, louças e metais para as classes A e B, também registrou queda nas vendas.

— Dependemos basicamente da construção de novos imóveis. E isso não está acontecendo em Caxias — destaca Oscar.

Em 2015, foram aprovados pela prefeitura 947 mil m² de área e 1.352 projetos. Até outubro de 2016, a aprovação foi de 586 m² e 938 projetos. É possível observar uma queda 16,25% no número de projetos e 27,5% na quantidade de área para novos empreendimentos.

Fonte: Jornal Pioneiro